22 de setembro de 2016

SACERDOTE


A missão do sacerdote não é brincadeira e não pode ser banalizada. Dentre várias atribuições, pode-se dizer que a missão principal do sacerdote é conhecer a si mesmo, conhecer melhor o ser humano, se auto realizar e auxiliar nestas mesmas questões a todos que estão ao seu redor.

Dentro da Umbanda, diferentemente de outras religiões, o médium tem função efetiva nos cultos, e para a concretização dos trabalhos se faz necessário a presença dos filhos para que possam realizar suas obrigações espirituais e dar andando nas giras.

Portanto, não existe diferenças nos graus de mediunidade, pois a mesma amadurece com o passar do tempo e com o comprometimento do médium para com Oxalá, seus Orixás, guias, mentores e protetores espirituais.

Contudo, o sacerdócio inicia a partir do nascimento do médium, pois não se pode fazer um médium, quem tem esta missão já firmou este compromisso que foi assumido anteriormente no plano astral e que vai se aflorando com o passar do tempo, trazendo à pessoa a consciência da jornada a ser seguida.

Qualquer pretensão de afirmar que é possível tornar indivíduos em Sacerdote, Pai/Mãe de Santo através de um curso, não é verídico. Existe uma grande diferença entre tornar um médium em Sacerdote e outra em desenvolver um estudo sistematizado, com método e orientado pelo astral para auxiliar, embasar, apoiar, fortalecer estruturar àqueles que são ou serão legitimamente um Sacerdote de Umbanda.

O Dirigente Sacerdote é aquele que teve o chamado dos seus mentores a ser um propagador da religião a outras pessoas, mas isto não o torna melhor e, sim lhe dá um compromisso maior, pois passa a ser um diferente difusor e semeador de conhecimentos do Divino e Sagrado. Todo sacerdote precisa receber uma boa preparação e orientação para exercer todas as múltiplas funções que este cargo religioso exige com sabedoria.

Sabe-se que na umbanda a voz de comando e a última palavra é dada pelos mentores espirituais e pelos guias-chefes dos médiuns. Isto é o que realmente ajuda a manutenção dos seus templos e para que as sessões ocorram harmonicamente.


Mesmo assim, é de extrema importância o aprendizado permanente de todo sacerdote, fato que beneficiará a religião como um todo, permitirá um aprimoramento ritualístico e uma renovação dos conceitos. Desta forma, poderá também suprir as lacunas conceituais, filosóficas e teológicas ainda existentes, além de ter a oportunidade de realizar cerimônias religiosas tais como: batismo, matrimônio e funerais, que ainda hoje, muitos umbandistas acabam recorrendo à sacerdotes de outras religiões.

Conceitos filosóficos, teológicos e doutrinários mais profundos, só surgirão com o amadurecimento do próprio templo.

Portanto, um curso de “Sacerdócio Umbandista” pode oferecer um extenso plano de estudos, abordar faces do exercício sacerdotal, falar sobre todas a atividades práticas, ritualísticas na intenção de auxiliar, informar e ampliar as possibilidades daquele que já o é, um Sacerdote.

3 de setembro de 2016

OMULÚ

Ele é o orixá da cura, da saúde e da transformação. É o orixá jovem, que corresponde ao velho Omulú, orixá da varíola, das doenças. São dois orixás em um. Obaluaê é muito cultuado e incompreendido ao mesmo tempo dentro dos terreiros de Umbanda. Como também é o senhor das doenças, alguns terreiros procuram o não desenvolvimento do filho-de-santo que possui como orixá de cabeça, orixá regente, este orixá.

Omulú, ainda, é o 'chefe' de todos os pretos-velhos, e, por isso, um orixá de extrema força e valor dentro da Umbanda. Muitas linhas de trabalho na Umbanda também podem ser chefiadas por este Orixá, como por exemplo a dos Exús.

Data festiva: 02 de Novembro.

Dia da semana: Segunda-feira.

Saudação: Atotô Obaluaê!

Símbolo: Lança de madeira.

Sincretismo: São Lázaro.

Cores: Preto e branco.

Instrumentos: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes dentro), cabaça.

Pedra: Obsidiana, Ônix.

Ervas principais: Zínia, folhas de laranja lima, folhas de milho, barba de velho, vassoura preta, velame, sete sangrias, sabugueiro, musgo, manjerona, mamona, espinheira santa, carobinha do campo, assa peixe.

Oferendas: milho de pipoca estourados na areia da praia, vinho de palma ou vinho moscatel, fruta do conde, abacaxi.


Ponto de força: Cemitérios. (Calunga pequena)

Axé!

COSME E DAMIÃO

Ibêji são as divindades gêmeas, Orixás gêmeos ou Orixá duplo, são os Orixás africanos que protegem a todos, mas principalmente as crianças, gêmeos e os partos múltiplos. São conhecidos na Umbanda como os Orixás de amor e alegria.

Ibêji é formado a partir do princípio básico da dualidade. Entre as divindades africanas, Ibêji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos. Ibêji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados, e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos sob os mesmos critérios. É a divindade da brincadeira, da alegria, sua regência está ligada à infância, a alegria, a inocência e a ingenuidade.

Foram sincretizados com os Santos católicos, São Cosme e São Damião por serem estes gêmeos e atuarem principalmente em pró da saúde e bem-estar das crianças através dos cuidados médicos e, não pelo fato de serem crianças, pois mesmo quando adultos, mantiveram sua pureza, alegria e ingenuidade, totalmente desapegados da matéria favorecendo os mais necessitados.

Doum seria o primeiro Filho nascido depois dos Gêmeos, o terceiro ponto, balizador do equilíbrio e da justiça com igualdade.

O Orixá Ibêji apresenta-se normalmente sob a forma de criança ou espírito de criança, da forma que desencarnou, mantendo as características espirituais que tinha quando em vida. Desta maneira permitem e facilitam uma melhor comunicação com as nossas crianças e com a linha espiritual na qual atuam, servindo como espíritos puros, aos propósitos das missões que lhes são destinadas, trazendo a cura para as doenças e amparo para as crianças enquanto estão na condição terrestre de um ser puro e inocente, e também para animais indefesos.

São Cosme e São Damião são Entidades ligadas muito estreitamente a Oxalá, são um de seus braços de luz espiritual sobre o mundo. Possuem força suficiente para atender a nossos apelos de proteção contra demandas e malefícios e a nossos pedidos de amparo e proteção para as crianças, principalmente quando estas se encontram enfermas.

Data festiva: 27 de setembro.

Dia da semana: Domingo.

Saudação: As minhas criancinhas!

Símbolo: Folha de Palmeira.

Sincretismo: Cosme, Damião, Doum.

Cores: Azul e rosa.

Instrumentos: Bonecas, chupetas, bexigas, carrinhos.

Pedra: Quartzo Rosa, Água Marinha.

Ervas principais: Folha de laranjeira, Pétalas de rosas, Pétalas de cravos, alecrim, Tapete de Oxalá.

Oferendas: balas, pirulitos, bolos, paçocas, quindim, maria mole, teta de nega, guaraná.


Ponto de força: Jardins, parques, extensos gramados, cachoeiras, praias.

Axé!

NANÃ

A mais temida e velha dos Orixás. Senhora dos pântanos, chuva e da lama, a geradora da morte. Comanda o portal entre as dimensões. É mãe de Omulu.

Data festiva: 26 de Julho.

Dia da semana: segunda-feira.

Saudação: Saluba Nanã!

Símbolo: bastão.

Sincretismo: Nossa Senhora do Carmo.

Cores: Lilás, roxo.

Instrumentos:

Pedra: Ametista.

Ervas principais: Alfavaca roxa, assa peixe, avenca, cana do brejo, capeba, cedrinho, cipreste, erva de passarinho, jarrinha, manacá, Maria preta, mutamba, quaresmeira, rama de leite.
Oferendas:


Ponto de força: Lagos.

Axé!

IANSÂ

Orixá dos ventos e dos raios, a deusa que comanda as tempestades e também o espírito dos mortos, os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim – um dos seus símbolos.

Ela é valente, tem um temperamento forte e independente. Iansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si, ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, consequentemente, da tempestade.

Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais da Umbanda, e se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura – enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.

Iansã é extremamente sensual, apaixona-se com frequência e a multiplicidade de parceiros é uma constante em suas lendas, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. Iansã é o orixá do arrebatamento, da paixão.

Data festiva: 4 de dezembro.

Dia da semana: Quarta-feira.

Saudação: Epahey Oyá!

Símbolo: Eruexim.

Sincretismo: Santa Bárbara.

Cores: Amarelo.

Instrumentos: Eruexim, espada, cálice, chifre de boi.

Pedra: Topázio Imperial, Citrino.

Ervas principais: amor agarradinho, bambu, dormideira, romã, espada de Iansã, louro, manjericão, pitangueira, alfazema.

Oferendas: Champanhe, acarajé, abacaxi em calda, arroz doce.

Ponto de força: Pedreiras, bambuzal. 

Axé!

OXUM

É um orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, cultuada no candomblé e umbanda.

Através de mamãe Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de “Senhora do Ouro”, que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.

Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais.

Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por chorões.

Data festiva: 12 de outubro.

Dia da semana: Sábado.

Saudação: Ora Yêyê ô!

Símbolo: Leque com espelho.

Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida.

Cores: Azul Escuro.

Instrumentos: Acessórios dourados e de vaidade.

Axé!

Pedra: Água Marinha, Crisocola.

Ervas principais: alfavaca, arnica, calêndula, camomila, erva cidreira, ipê amarelo, gengibre, rosa branca e amarela.

Oferendas: Rosas e palmas amarelas, espelhos, bonecas, etc.


Ponto de força: As cachoeiras.

IEMANJÁ

Iemanjá é força da natureza que tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos.

Dentro do culto, numa casa de santo, Iemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependências; proporcionando o sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam.
É protetora dos pescadores e jangadeiros, rainha das águas e mares. É a Senhora das águas salgadas e será ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, é ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar.

Iemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. Está presente também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê, exatamente no momento do seu nascimento.

Data festiva: 8 de dezembro.

Dia da semana: Sábado.

Saudação: Odociá.

Símbolo: Espelho prateado, leque de metal.

Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes. (Imaculada Conceição, Nossa Senhora da Glória)

Cores: Azul Claro.

Instrumentos: pentes, braceletes, espelhos, pulseiras, perfumes.

Pedra: Cristal De Quartzo, Pedra Da Lua.

Ervas principais: Unha de vaca, folhas de Lágrimas de Nossa Senhora, Mastruço, Chapéu de couro, Jasmim, anis, erva de Santa Luzia, pata de vaca, hortelã, alfazema, lavanda. 
Oferendas: Manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz.

Ponto de força: Mar.

Axé!

1 de setembro de 2016

XANGÔ

Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores.

É o rei das pedreiras, pai de justiça e o orixá da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o orixá mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza.

No dia a dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos. Encontramos Xangô nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô também é representado pela pedreira. É a pedra – seja ela qual for – a rocha, o fogo interior da terra. É a lava do vulcão e é o próprio vulcão. Está presente em todos os lugares rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do sol. É o justiceiro da Natureza, aquele que manda castigar e que também castiga.

Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Xangô é a rigidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer.

Este orixá está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas, como, por exemplo: na assinatura de contratos e distratos, nas leis e decretos, na confecção de códigos, livros, almanaques, dicionários, nas decisões judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial, do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável. É a atitude digna, a fortaleza, a decisão final.

Data festiva: 29 de junho.

Dia da semana: Quarta-feira.

Saudação: Caô Cabecilê.

Símbolo: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal.

Sincretismo: São Jerônimo. (São Pedro, São João Batista).

Cores: Marrom escuro.

Instrumentos: machado duplo.

Pedra: Topázio Imperial, Olho De Tigre, Meteorito.

Ervas principais: Café (Folhas), Mangueira (Folhas), Erva de São João, alfavaca roxa, flamboyant, manjerona, hortelã, levante, cipó mil-homens, mentrasto, nega mina.

Oferendas: Amalá, quiabo, rabada, cerveja preta.

Ponto de força: Pedreiras.

Axe!

OGUM

Ogum é o orixá da guerra, da coragem, o protetor dos templos, das casas, dos caminhos. É o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protetor dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.
Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida. É uma força da Natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.

Data festiva: 23 de abril.
Dia da semana: Terça-feira.
Saudação: Ogunhê!
Símbolo: espada de ferro.
Sincretismo: São Jorge.
Cores: Vermelho.
Instrumentos: Bigorna, faca, pá, enxada, objetos de ferro em geral.
 
Pedra: Hematita, Rubi, Granada.
Ervas principais: Flecha de Ogum, Erva de Bicho (Folha de Jurupitã), vence tudo, abre caminho, aroeira, pinhão roxo, carqueja, pata de vaca, agrião, losna, jatobá, espada de São Jorge.
Oferendas: Inhame, feijoada, cerveja branca.

Ponto de força: Estradas, trilhos de trem, encruzilhadas, cachoeiras e o mar.

Axe!

OXÓSSI

O que encontramos no dia a dia no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele quem provê o alimento. Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, pois cabia a eles trazer o sustento para a tribo. Hoje, Oxóssi é quem protege aquelas pessoas que saem todos os dias para o trabalho, para trazer o sustento. Oxóssi também está ligado às artes. Ele está presente no ato da pintura de um quadro; na confecção de uma escultura; na composição de uma música; nos passos de uma dança; nas misturas de cores; na escrita de um poema, de um romance de uma crônica. Está na arte em um modo geral, desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem.

Oxóssi também rege o revoar dos pássaros, a evolução das pequenas aves. Oxóssi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Oxóssi é a divindade da cultura, passando para seus filhos grandes talentos artísticos, seja no canto, na criação de livros, pinturas etc.

Curiosamente, Oxóssi também é a comodidade, a vontade de admirar, de contemplar. Oxóssi é um pouco de preguiça, a vontade de nada fazer, senão pensar e, quem sabe, criar.

Em seu lado negativo, pode estar presente também na falta de alimento; no pouco plantio; no apodrecimento de frutas, legumes e verduras; e até mesmo na arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto. O elemento de Oxóssi é a terra e a liberdade de expressão, a liberdade para viver da maneira que somos.

Data festiva: 20 de janeiro.

Dia da semana: quinta-feira.

Saudação: okê arô, okê, okê caboclo.

Símbolo: Arco e flecha.

Sincretismo: São Sebastião.

Cores: Verde.

Instrumentos: arco e flecha, lanças, facas e demais objetos de caça.

Pedra: Esmeralda Quartzo Verde.

Ervas principais: Samambaia, Eucalipto, Erva Tostão, Alecrim do Campo; 
Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capim Limão; Violeta.

Oferendas: Feijão fradinho torrado, milho vermelho, espigas de milho verde, fatias de coco, qualidades de frutas verdes (principalmente Melão), exceto abacaxi e limão, mel natural, vinho branco.

Ponto de força: Matas e santuários.

É o orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento. Está nas refeições, pois é quem provê o alimento. É a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para capturar a caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. É o caçador de axé, aquele que busca as coisas boas para um ilé, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.

OXALÁ

É o Orixá da criação. Representa o mais alto na hierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médium supremo.

É cultuado como o Senhor de todas as coisas e do universo, pois é Ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm à Terra. Sua imagem é a de Jesus Cristo, sem a cruz e de braços abertos.

Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:

Oxalá: sincretizado com Jesus Cristo.

Oxalufan: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no Monte das Oliveiras.

É considerado um Oxalá muito velho e sábio, é a primeira forma de Orixá que foi criada por Olorun no início dos tempos, sendo assim associado ao ar que existia antes da criação da Terra e também à água do início da existência. Detém o axé da criação de todos os seres da Terra, representando a fer­tilidade masculina.

Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutenção da paz e da tranquilidade entre os seres criados. Representa a maturidade, a sabedoria e o equilíbrio. O raciocínio e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência são as grandes contribuições desse Orixá para os seres humanos.

Curvado pelos anos, anda com dificuldade e hesitação. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um paxorô, grande cajado de metal branco com três pratos, que simbolizam a sua supremacia sobre os mundos dos seres humanos, dos espíritos e dos orixás. O pássaro, que está pousado na ponta do paxorô, é um mensageiro que faz a ligação entre esses mundos.
Com esses pratos, Oxalá carrega e distribui o alimento sagrado para todos os seres humanos e seres encantados. Os pingentes, que estão presos aos pratos, simbolizam os presentes que Lhe eram ofertados nos diferentes lugares por onde passou em suas caminhadas pelo mundo.
O alá é um outro símbolo de Oxalufan, que consiste num pano branco usado para protegê-lo do calor, bem como abrigar, sob sua proteção, todos os seres criados. Serve também para representar a separação entre a Terra e o Céu.

Oxaguian: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o Menino Jesus de Praga.

É apontado como o Oxalá jovem, "o moço", o aspecto guerreiro de Oxalá, que carrega uma espada cheio de vigor e nobreza. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. É o provedor, o guerreiro da paz, é forte, astuto e conquistador. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos. Rege as inovações, a busca pelo aprimoramento e o inconformismo. Representa o início de um movimento. É o Orixá da fartura, da riqueza e do raciocínio pleno.

Oxaguian e Ogum possuem uma grande ligação. Enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas), Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer, ou seja, além do raciocínio, esse orixá usa o artifício da guerra em determinados momentos. Essa guerra não deve ser interpretada ao pé da letra, mas sim, num sentido mais abrangente como, por exemplo, na luta pela sobrevivência. Lembrando que Oxaguian evita ao máximo o confronto, tentando sempre resolver os problemas de outra maneira, mas se os argumentos não adiantam, entram na guerra lutando até o final. Portanto, este orixá carrega, além do branco, as cores azul e vermelha.

Data festiva: 25 de dezembro.

Dia da semana: Sexta-feira.

Saudação: Epá Babá, Exee Babá, Oxalá Yê Meu Pai.

Símbolo: estrela de cinco pontas.

Sincretismo religioso: Jesus Cristo e Nosso Senhor do Bonfim (na Bahia, onde é padroeiro)

Cores: branco, que é a cor que concentra todas as cores. Oxalufan: branco e prata. Oxanguian: branco com nuançes de azul ou vermelho.

Instrumentos: Opaxorô, um grande cajado enfeitado, feito com prata ou metal branco quando é Oxálufan. Espada e mão de pilão também em metal branco (seu maior símbolo) quando é Oxaguian, além de espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), escudo e mão de pilão.

Pedra: Quartzo Cristalino

Ervas principais: girassol, palmas, lírios, jasmim do cabo, tapete de Oxalá (boldo), alecrim, eucalipto, sálvia, entre outras.

Oferendas: frutas, coco verde, mel, canjica, água mineral ou vinho branco.


Ponto de força: todos os locais abertos, limpos e puros como praias, jardins, morros, matas.

Axé!