São ritualisticamente preparadas de acordo com a necessidade
e vibração de quem irá utilizar (médium e entidade), e conforme a finalidade
específica.
Se obedece uma numerologia e cores adequadas, ou ainda, de
acordo com as determinações de uma entidade em particular.
Essas guias tem, como uma das finalidades, a função de
servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange
em particular, atuante naquele trabalho, servindo como elemento facilitador da
sintonia para o médium incorporado.
Elas ajudam nas incorporações porque atraem a energia
particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, e desta forma,
cria-se um círculo de vibrações positivas ao redor do médium que as utiliza.
Servem também como para-raios em casos do recebimento de uma
grande carga de energia negativa. Neste caso, ao invés desta carga chegar
diretamente ao médium, essa energia é descarregada nas guias, e em algumas
situações os fios arrebentam.
Normalmente, com a chegada de um novo filho na casa, ou ao
ser batizado na Umbanda, este filho de santo recebe a guia de Oxalá, com a
finalidade de proteção maior, feita basicamente para proteção.
Dependendo da doutrina da casa, o filho também receberá, ao
ingressar na casa, a guia correspondente ao orixá patrono da casa.
Com o passar do tempo, conforme necessidade ou obrigações
realizadas, o filho vai recebendo as demais guias correspondentes.
De acordo com o desenvolvimento do médium, as entidades do
médium poderão pedir que sejam elaboradas novas guias que serão utilizadas nos
trabalhos.
Existem também outras guias como, por exemplo, a "guia
de sete linhas", cuja necessidade e cores, serão determinadas pelo guia
chefe da casa.
O ritual para confecção das guias pode variar dependendo de
cada terreiro, podendo ser feita uma firmeza (acendendo uma vela, por exemplo)
antes de montagem.
Para montar uma guia, deve-se estar em silêncio, com
respeito. Toda guia geralmente deve ser fechada e cruzada pelo chefe de
terreiro, seja pela Mãe/Pai de Santo ou pelos Guias Espirituais Chefes do terreiro.
As guias podem ser cruzadas com pemba, ou com um amaci com
as ervas do Orixá, ficando de molho por 3 dias e depois estão prontas.
Depois de colocada no pescoço a guia deve alcançar aproximadamente
até abaixo do umbigo.
Os rituais de confecção, fechamento e cruzamento,
normalmente seguem ordens da casa.
Ter uma guia no pescoço, sem esta estar consagrada não tem
nenhuma representação, seria neste caso, apenas um acessório de enfeite.
As guias são elementos ritualísticos pessoais, individuais e
intransferíveis, devendo ser manipuladas e utilizadas somente pelo médium a
quem se destinam.
Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente, possuem
um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual. A manipulação
das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações
negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma
"contaminação" ou interferência vibracional.
O Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogans podem
eventualmente ceder sua guia para uso de algum médium durante um determinado
trabalho, caso o mesmo esteja sem sua própria guia. E somente estes mesmos
citados, além das entidades, podem um algum momento manusear a guia do médium.
Durante a utilização de uma guia, o médium não deve se alimentar
(exceto em rituais); Não ingerir
bebidas alcoólicas (exceto em rituais); Não manter relação sexual; Não ir ao
banheiro; Não tomar banho; Não fazer uso de fumo ou outros tipos de drogas.
Em qualquer destes casos, deve-se retirar a guia e guardar,
ou entrega-la para o Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogans para que tomem
conta das mesmas.
Observação:
Utilizar a guia em ambientes ou situações dissonantes com o trabalho espiritual,
ou por pura vaidade ou exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a
vibração a qual representam.
Devem ser sempre limpas e guardadas no terreiro ou em algum
lugar longe do alcance e visão de curiosos.
Com o passar do tempo, para descarregar a guia, o médium
poderá lavá-las em água de chuva, de cachoeira ou de mar e depois energizá-las
com amaci ou alfazema, buscando sempre o aconselhamento Pai/Mãe de Santo sobre como
proceder.
A
seguir, alguns tipos principais de guias de orixás e entidades:
Orixás
OXALÁ - Contas brancas
OXOSSI - Contas verdes
XANGÔ - Contas marrons
OGUM - Contas vermelhas
YEMANJÁ – Contas azuis
claras
OXUM - Contas azuis
escuras
YANSÃ - Contas amarelas
NANÃ - Contas roxas
OBALUAYÊ - Contas pretas com contas brancas
Entidades
PRETOS VELHOS - Contas pretas com
contas brancas, lágrimas de Nossa Senhora Sementes, cruzes, figas (arruda, guiné,
etc.)
ERÊS - Contas rosa e
contas azuis, (podem incluir diversas cores), chupetas, etc.
CABOCLOS - Contas verdes
(podem incluir outras cores), sementes, dentes, penas, etc...
BOIADEIROS - Contas verdes
(podem incluir outras cores), olho de boi, sementes, dentes, pedaços de couro,
etc.
MARINHEIRO - Contas de cristal
azuis, brancas.
BAIANOS - Contas amarelas, laranja (podem incluir
outras cores), olho de boi, sementes, dentes, pedaços de couro, etc.
EXU/POMBA GIRA - Contas pretas e
contas vermelhas; contas pretas ou contas vermelhas, pode-se incluir instrumentos
de ferro, aço, etc.
MALANDROS - Contas vermelhas
com contas brancas; além de instrumentos de ferro,aço, etc.
Axé!